sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O nosso papel na valorização

É necessário a valorização da odontologia. No que diz respeito ao poder público no que tange aos municípios ainda observamos claramente o inverso. Quanto ao setor privado, nosso, menos berrante, porém também presente em muitos colegas.


Quanto à classe profissional odontológica graduada há de haver uma auto crítica a valorizarmos nossos procedimentos e nossas condutas frente ao paciente.


Quantos de nós ainda denominam instrumentos com nomes bem distintos dos reais: Fórceps “chifre de boi”, “alavanca flecha”. Quantos ainda carimbam como "dentistas" em detrimento de Cirurgiões-Dentistas. Procedimentos como “arrancar um dente”, “dentadura”, “roach” ou “fazer uma curativo”. Claro que ao explicarmos um procedimento falamos estas denominações, mas é importante narrarmos também o nome correto. Quantos de nós ainda não faz uma reta anamnese com um bom exame clínico devidamente registrados em um bom prontuário odontológico e não em uma “fichinha”. Quantos não “perdem” tempo neste preenchimento. Quantos de nós ainda estampam em suas placas de propaganda um dentinho ou uma escovinha de dentes?


Plantamos uma cultura dental, mas, ainda, não odontológica.


Quando redijo e critico o "poder público" posso, sem chance de erro, aliviar a União. Creio, e são fatos que me fazem pensar assim, que nunca a classe odontológica fora tão valorizada como com o recente passado e atual Presidente da República. Pela primeira vez vejo tantos investimentos em Programas da Família - PSF´s - e os Centros de Especialidades - CEO´s. Valorização, pois demonstra necessidade de investimentos financeiros no setor pelo governo federal.


Quando analisamos municípios é que percebemos em alguns um verdadeiro descaso.

Existem hoje no Brasil quanto ao saúde bucal pública a inclusão de odontólogos dentro das equipes de PSF´s. A assinatura da lei dos incentivos financeiros a serem repassados pela União aos municípios fora ainda realizada por Fernando Henrique, Presidente à época, e melhoradas no decurso dos anos. Porém, foi com Lula que a odontologia pública passou a crescer. Não que seja ou deixe de ser partidário. Esta não é a questão aqui. Apenas elogio a quem merece indiferente às ligações político-partidárias. Mas, quantos municípios ainda não tem os Cirurgiões-Dentistas incluídos nos PSF´s ou os tem em pouco número?


A inclusão de dentistas nos PSF´s é o que há de mais moderna "ferramenta" para melhorar-se a saúde bucal da população. A idéia de se levar a prevenção às doenças que é alicerce dos programas já é defendido pela Odontologia a muito tempo. Acreditávamos nisto desde os primórdios do nascimento da nossa ciência e agora vemos isto ser por demais valorizado pelo Estado.


Mas, infelizmente existem ainda governantes que não entendem o trabalho e criticam a prevenção das doenças bucais mais comuns. Acreditam que lugar de dentista é dentro dos consultórios e a presença destes profissionais a realizar prevenção é desnecessário ou fuga dos serviços "realmente necessários" como tratamento. Não vêem, estes, que não se dará conta de tratar os doentes se eles crescem vertiginosamente, caso ausente os cuidados preventivos por as principais doenças bucais serem causadas pela má higiene bucal. Arcaísmo administrativo.


Estes governantes tendem, ainda, a valorizar a produção mensal como capaz de analisar por si só os trabalhos desenvolvidos pela equipe. Valoriza-se números em detrimento à qualidade e resolutividade. Claro que quando a administração é leiga e não se tem um técnico a ser consultado os primeiros valorizam muito a quantidade. Um erro facilmente corrigido a partir do momento que se valorizar a pessoa dos Coordenadores Municipais da Saúde Bucal. Como técnicos na área têm capacidade aguçada em gerar análises e comentários por conhecer a ciência odontológica e os recursos humanos que dispõem.


Quase sempre existe o referido coordenador, porém, contratado e apenas como uma figura que deve ouvir críticas pontuais, mas não a propor soluções ou melhorias no setor. Caso, assim, haja é destituído do cargo por afrontar a administração que, infelizmente, talvez queira ser inerte ou inoperante.


Quando se cobra produção em saúde corre-se o risco de perder-se qualidade, principalmente quando os profissionais não são efetivos, pois estes contratados são meros expectadores amedrontados pelo resultado do jogo. Neste aspecto os efetivos podem fazer a diferença por não temerem a administração e poderem de forma correta conduzir a odontologia municipal a ser resolutiva quanto aos problemas locais.


Leia também neste blog A VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO PELO GOVERNO FEDERAL

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